Em um cenário onde o cinema brasileiro tem sido mais reconhecido, A Voz que Resta, dirigido e protagonizado por Roberta Ribas e Gustavo Machado, surge como um convite para refletir sobre os sentimentos que nos afligem e as relações que nos marcam. A obra adapta o monólogo homônimo de Vadim Nikitin, e estreia nos cinemas no dia 6 de fevereiro, com distribuição da Pandora Filmes. A narrativa mergulha na turbulenta trajetória de um jornalista que, em uma noite de intensidade emocional, grava uma carta de despedida para a sua amante, Marina.
Com uma direção que se destaca pela sutileza e pelo uso inteligente da câmera, Ribas e Machado nos levam a uma narrativa que explora a complexidade do ser humano em suas fragilidades e contradições. Cada cena foi cuidadosamente construída para transmitir a essência de um personagem imerso em dilemas existenciais e no confronto com os seus próprios fracassos e demônios.
A presença de Gustavo Machado no papel principal é outro destaque do longa. A sua performance repleta de nuances dá vida a Paulo, um homem que busca uma saída para as suas angústias; mas encontra, na própria busca, a chave para a redenção. A química entre ele e a personagem de Marina é palpável, e é por meio – no melhor estilo Bill Murray e Scarlett Johansson – desses encontros e desencontros emocionais que o filme se constrói.
É como ambos estivessem em diferentes vertigens, do mesmo instante, sem se tocarem. Dizem que a vida é feita de momentos, mas ninguém explica o que fazer com as horas vazias. Às vezes, é no silêncio que se percebe que a solidão não é falta de companhia, mas o excesso de nós mesmos. E assim, o dia escapa, como se fosse possível prender a luz com as mãos sujas de tempo. Mas tudo se dissolve.
A Voz que Resta: Emoções Incontidas e Despedidas
Com uma estética que mistura tons quentes e frios – a paleta de cores, que transita ente o vermelho e o azul, sobretudo, é característica dos curtas-metragens de Roberta – A Voz que Resta nos apresenta um universo de contrastes, tanto na forma quanto no conteúdo. O uso das cores e dos elementos de produção contribui para criar um clima de tensão e introspecção, que se conecta diretamente à jornada emocional de Paulo.
A produção foi realizada com uma equipe enxuta e apaixonada, o que conferiu ao filme uma configuração de cinema de guerrilha, mas de uma guerrilha sensível. Cada frame reflete o esforço de um time que acreditava no material que tinham em mãos; que não apenas toca, mas provoca o espectador a pensar sobre o que ficou para trás e o que é necessário para seguir em frente.
É com grande entusiasmo que apresentamos essa entrevista exclusiva com Roberta Ribas e Gustavo Machado. Conversamos sobre a carreira de ambos, os desafios da produção, as escolhas artísticas e a profundidade emocional que permeiam cada cena de A Voz que Resta. Prepare-se para uma experiência cinematográfica imersiva e reflexiva, onde o silêncio e a palavra se entrelaçam.
Agradecimentos: Sinny Comunicação | Giovanna Garcia | Pandora Filmes