Mad Max 1: O Início da Lenda no Deserto

Em Mad Max 1 (1979), Max Rockatansky é um ex-policial buscando vingança que, ao longo do caminho, vai deixando para trás um rastro de destruição. Contudo, este processo o conduzirá a uma transformação de personalidade que fará dele o mais icônico anti-herói das rodovias já visto nos filmes de ação, repercutindo por anos após sua data de lançamento.

O filme é sem dúvidas a transposição do “cowboy” vingador solitário transportado dos saturadíssimos filmes western-spaghetti para a ação nos ambientes urbanos das cidades pós-industriais. Sucesso de crítica e bilheteria, Mad Max 1 ainda é considerado referência em filmes com temas como mundo distópico pós-apocalíptico. A Citou Filmes elaborou um review deste filme para você que é fã ou crítico da franquia Mad Max! 

O Enredo de “Mad Max 1”: Na Trilha da Sobrevivência

“Mad Max”, Rockatansky (Mel Gibson), é um corajoso policial rodoviário australiano que tem sua vida transformada ao ser responsabilizado pela morte de um criminoso chamado Night Rider (Vince Gil) após uma perseguição em alta velocidade. A gangue de Motociclistas Nômades, que era liderada por Night Rider, está buscando vingança e agora é comandada por um sociopata que atende pelo nome de Toecutter (Hugh Keays-Byrne). 

Em meio à violência, arruaças e exibicionismo com motocicletas, Toecutter assassina a sangue frio o companheiro de Mad Max, Jim “Ganso” Goose (Steve Bisley), motociclista e experiente policial. Transtornado ao ver o companheiro de serviço morto, Mad Max é compelido por seu comandante, Fifi Macaffee (Roger Ward), a tirar férias. Porém, quis o destino que sua família cruzasse o caminho da gangue de motoqueiros nômades liderados por Toecutter.

Durante a viagem de férias, a família encontra a horda de malfeitores, o que resultou acidentalmente na amputação da mão de um dos motociclistas por Jessie (Joane Samuel), esposa de Mad Max; evento que enfureceu Toecutter e o motivou a buscar algum tipo de reparação pelo incidente. Para proteger a vida de sua família, Max é levado a fugir para o norte, mas é perseguido obstinadamente pelo grupo de motociclistas.

Na ausência momentânea de Mad Max, a gangue encontra sua esposa e seu filho. Jessie tenta fugir, mas é perseguida pela horda e é atropelada, junto com seu filho, pelos facínoras. Mad Max não resiste ao trauma e o luto pelo companheiro agora está unido à dor pela morte da sua esposa e filho. Mad Max, que antes era um policial honesto, agora é um justiceiro movido pela sede de vingança. 

Mad Max resolve perseguir um a um os membros da gangue e no caminho até o líder da horda, Toecutter, ele leva morte e destruição a cada um dos motociclistas malfeitores. O encontro final entre os dois personagens centrais do filme é de tirar o fôlego: Mad Max persegue Toecutter e nesta disputa pela sobrevivência em alta velocidade, o antagonista é atropelado por um caminhão. Mas ainda falta o responsável pela morte de Jim “Ganso” Goose, conhecido por Johnny The Boy (Tim Burns). 

Encontrado em flagrante numa cena de crime, Johny é obrigado por Max a se algemar num veículo que está vazando combustível. É-lhe dada uma serra e a escolha antes de morrer: serrar as algemas ou o tornozelo no qual ela está aplicada. Bem, o final é explosivo. O filme termina com Mad Max ouvindo pelo rádio que foi expulso da Polícia e o sentimento é de que, a partir de agora, ele é o nômade, um homem reduzido a um único instinto: Sobreviver. 

Max Rockatansky: O Anti-Herói do Apocalipse

Mad Max é, sem sombra de dúvida, o personagem que readapta o cowboy ou xerife do velho oeste selvagem para o solo urbano pós-apocalíptico. Um homem da lei solitário, marcado por um passado trágico, psicologicamente destruído e que está buscando algum tipo de redenção com sua vida pregressa na vingança e na destruição.

O ambiente social que vive Max Rockatansky – Mad Max – é um exemplo do imaginário vigente nos roteiros de filmes do século XX que demonstravam um mundo distópico. Gangues, violência, dialetos incompreensíveis, figurinos e a presença de exemplares da tecnologia do século anterior, como carros e motocicletas a combustível. O filme “Laranja Mecânica“, de 1971, é outro exemplo desta temática.

Nas épocas em que o maior valor não é a vida, e sim a lei do mais forte, Mad Max corresponde, assim como os cowboys do passado, a um homem que não hesita em puxar o gatilho. Mesmo que os meios utilizados para alcançar seus objetivos façam dele, igualmente, um criminoso por agir em desacordo com as normas legais. Um “anti-herói”, sobrevivente em um mundo que se bestializa gradativamente.

O Cenário Desolado: O Deserto como Protagonista

É curioso notar como a ambientação do set preza por paisagens áridas, rodovias em meio a campos desérticos com algumas pequenas vilas – chamadas de cidades – em suas margens. A maior parte de Mad Max 1 (1979) se passa em uma cenografia como esta, em lugares secos, com rodovias, poucas habitações e pessoas que parecem ter parado no tempo de alguma forma. 

É como se a vida ali naquelas localidades, assim como nos desertos, precisasse ser muito adaptada para sobreviver. Nas cenas em que o filme mostra campos um pouco mais verdes e arborizados, são muito breves, o que demonstra que havia uma iniciativa deliberada de tornar o deserto parte indissociável do filme. 

Em tempos de aquecimento global, lembrando que esta já era uma preocupação na década de estreia do filme, a visão de um mundo sem variedade de cores que representam a vida sem muita presença de plantas e árvores parece cada vez mais comum nos filmes que apresentam esta visão distópica. A aridez é característica do filme tanto quanto o sentimento por trás da jornada de Mad Max 1. 

A Fúria dos Veículos: Símbolos de Rebeldia e Destruição

Outro destaque do filme são os veículos. Máquinas potentes como motores movidos a combustão que, nos dias atuais, com o preço da gasolina, apenas uma parcela muito – mas muito mesmo – pequena parte da população teria condições de manter um destes em suas garagens. Estamos nos referindo ao imponente Ford XB Falcon Coupe 1973, pilotado por Mad Max, uma máquina de 8 cilindros e modificada para esbanjar fúria nas cenas de perseguição. 

Mad Max 1
Mad Max 1: O Início da Lenda no Deserto 1

As motocicletas também não estão de fora. Jim “Ganso” Goose no filme está pilotando uma Kawasaki modelo KZ1000, produzida no ano de 1976 para o mercado australiano. Veloz, bonita e versátil, parece ter sido uma boa escolha em termos de motocicleta para cena de perseguição, haja vista suas impressionantes modificações com a instalação de carenagem dianteira e traseira. 

Toecutter, por sua vez, também está montando a mesma máquina furiosa de duas rodas produzida pela Kawasaki que o companheiro de Mad Max, Jim “Ganso” Goose. É uma KZ1000 que também foi modificada em seus aspectos estéticos para deixá-la com aspecto de motocicleta esportiva vintage. A carenagem customizada pela La Parisienne deixou a máquina com aspecto robusto e agressivo para a época.

Estas máquinas protagonizam com seus pilotos as cenas mais intensas de perseguição em alta velocidade que o filme poderia exibir. São momentos de tirar o fôlego com muita adrenalina, destruição e morte; absolutamente coerente com a temática do filme. 

O Legado de “Mad Max 1”: Pioneirismo e Influência Cultural

Não é segredo que o filme Mad Max 1 foi sucesso em sua época, ainda que, nos dias atuais, a crueza em algumas de suas cenas demonstre como o cinema ainda estava engatinhando nos aspectos estéticos na década de 70. Porém, esta é uma das características que fazem do filme uma bela obra cinematográfica que influenciou e continua repercutindo em inúmeras produções ao redor do mundo. 

Não são raros filmes protagonizados por personagens desajustados, vivendo em mundos pós-apocalípticos (ou não), dirigindo veículos potentes, envolvendo-se em gangues, crimes, violação de regras, banimento, autoexílio, etc.; são a tônica do roteiro. A lista seria enorme se fôssemos citar cada um deles, no entanto, o leitor da Citou Filmes deve lembrar de pelo menos um com as características acima citadas. Pois, é um cinéfilo experiente, e com a ajuda da Citou Filmes sempre encontra o filme que procura!

Mad Max 1 é o filme que inaugura a franquia mais interessante de filmes estrelados por Mel Gibson até a franquia Máquina Mortífera. É fato que, em comparação de sucesso, as duas disputam o primeiro lugar na cinegrafia do ator pari passu. A franquia Mad Max atualmente conta com 5 filmes e todos são excelentes produções que expandiram o nosso apreço pelo anti-herói vingador. Vale muito a pena, cinéfilo, maratonar todos eles… Acredite em mim. 

Bastidores de “Mad Max 1”: Curiosidades e Desafios de Produção

O filme de Mad Max 1 não é dos que têm textos longos ou monólogos reflexivos entre seus personagens. É um filme que tem muitos sons de veículos, gritos, explosões e outros tipos de ruídos. O que torna uma de suas características singulares a presença de uma trilha sonora empolgante e, às vezes, dramática. Para tanto, foi escolhido o astrofísico e guitarrista do Queen, o britânico Brian May, para compor as trilhas hollywoodianas que se ouvem na película. Sabendo disso, não é de se espantar que o resultado final seja tão bom. 

Depois de finalizado, ainda havia um impasse a respeito do nome do filme. Os produtores temiam que o nome Mad Max desse a entender que se tratava de uma comédia. Então, depois de fazerem uma lista com mais de 100 nomes, decidiram que se chamaria “Heavy Metal”. Porém, os diretores da agência responsável pela promoção do filme acharam melhor manter o nome original e mantiveram o nome Mad Max. 

Lista de Curiosidades 

Apesar do filme se passar na Austrália, numa zona remota mas ainda urbana, boa parte de suas cenas foi filmada no deserto Vitória, no mesmo país. O que reforça sua característica fundamentalmente árida e desértica das cenas mais emblemáticas.

Todos os veículos sofreram customizações para se adequar ao enredo do filme. E depois, foram produzidos pelos fabricantes para serem comercializados entre os fãs mais entusiasmados. 

O orçamento do filme é considerado incrivelmente baixo para os padrões cinematográficos da época. Contando com apenas 350.000 dólares australianos, a equipe de filmagem e produção teve de ser criativa e muitas vezes improvisar nas locações e aparelhos.

Todas estas curiosidades e outros aspectos já mencionados anteriormente fazem do filme uma experiência única que a Citou Filmes te encoraja a vivenciar!

Reflexões Sobre “Mad Max 1”

Não restam dúvidas de que Mad Max 1, e os outros filmes de sua franquia, abriram a perspectiva para que outras produções com as mesmas características fossem realizadas nos anos que seguiram. É difícil pensar em filmes e séries que têm carros ou motocicletas como parte de seu enredo sem lembrar de Mad Max, seu carro e as icônicas cenas de perseguição, destruição e morte. 

É difícil produzir um filme com veículos em alta velocidade em espaços abertos e não lembrar de alguma cena protagonizada nos filmes desta franquia. Outrossim, o desafio de viver num planeta arrasado pela catástrofe climática, o que indubitavelmente levaria ao colapso social pela escassez, surge cada vez que terminamos de ver o Mad Max. 

Na cultura pop, Mad Max 1 repercutiu na customização de veículos, na música, nas artes visuais como um todo, em graphic novels, e seu legado continua vivo até que seu protagonista principal seja morto ou substituído por um dos coadjuvantes. Neste aspecto, o filme Furiosa (2024) já se consolida como uma tentativa de trazer à luz da ribalta outros personagens da franquia e vale lembrar que Mad Max aparece brevemente no filme.

Mad Max 1 é um filme clássico que tem grande apelo na cultura pop e esta condição faz dele o mesmo que faz com todos os filmes da franquia: atemporais. Assim como a Citou Filmes, o melhor site de reviews de filmes, séries e animações da internet. Não envelhece, apenas melhora com o passar do tempo! Para assistir a este e outros filmes da saga de Mad Max, assine a Max no link e aproveite! 

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